Comentário:
Como porta-voz de Deus, Malaquias se apresenta em uma das épocas mais decisivas da história. A terra tivera muitos profetas, mas o ambiente cultural que cercava o profeta não trazia as marcas da obra realizada por aqueles homens. Os sacerdotes eram corruptos (1:6 - 2:9), e o povo, salvo algumas exceções, não era melhor (2:10 - 4:3). Deus, porém, ainda governava de seu trono. Era soberano. Era o pai (1:6), o senhor (1:6), o grande rei (1:14), o príncipe celestrial (implícito em 1:8), o doador das alianças e dos mandamentos (2:5; 4:4). Como Deus do Juízo, ele havia causado a desolação de Edom (1:3, 4). Sua maldição recaia sobre os sacerdotes desleais (1:14; 2:2, 3, 9) e sobre os que o haviam roubado (3:9). Cortaria os que se haviam casado com pagãos (2:12). O juízo seria repentino (2:17 - 3:5). O dia do Senhor consumiria os maus (4:1, 3). Entretanto, como Deus da graça, abençoaria o remanescente fiel, visto que uma história de graça respaldava seu amor a Jacó (1:2), sua aliança com Levi (2:4, 5), sua pasciência para com os filhos de Jacó (3:6), seu oferecimento aos que não haviam sido mordomos fiéis (3:10), o livro memorial (3:16), o nascimento do Sol da Justiça (4:2) e a prometida vinda de Elias (4:5, 6). Vinha o dia do Senhor, diz-nos Malaquias. Seria um dia glorioso para os justos (3:16, 17; 4:2, 3), mas um dia de destruição para os iníquos (4:1, 3). Contudo, podem ler-se nas entrelinhas as seguintes palavras: "Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos, pois por que razão morrereis, ó casa de Israel" (Ezequiel 33:11).
Autor:
Não se sabe com certreza se Malaquias é o nome de uma pessoa, ou significa antes meu mensageiro, ou um missionário. Acredita-se, contudo, que se trata provavelmente do profeta que escreveu o livro. Malaquias foi, talvez, escrito em torno do ano de 425 a.C., visto como descreve as condições existentes na época da segunda chegada de Neemias a Jerusalém, no ano de 432 a.C.